sábado, 7 de maio de 2016

Tema 1: Sociedade em Rede e os Processos de Comunicação Multimédia (conceito de multimédia)

     Ao longo das últimas décadas, o conceito de multimédia foi acompanhando a evolução tecnológica. Se numa primeira fase, o conceito estava relacionado com apresentações, cursos e/ou sessões nas quais se fazia uso de vários meios, como o texto, a imagem e/ou o som, ou seja, meios não informáticos, numa segunda e terceira fases, começou por abarcar tudo o que se relacionava com os meios informatizados. É também na terceira fase de evolução do conceito que surge, aliado aos meios informatizados, o carácter interativo dos documentos multimédia. A partir dos finais dos anos 80, o conceito de multimédia engloba todos os meios informáticos e/ou informatizados com carácter interativo. Assim, se consultarmos o termo "multimédia" em vários dicionários de várias línguas observamos que as definições que nos são dadas têm em comum a simultaneidade e interatividade dos meios utilizados:

  • "Ensemble des techniques et des produits qui permettent l'utilisation simultanée et interactive de plusieurs modes de représentation de l'information (textes, sons, images fixes ou animées)". in www.larousse.fr [19/04/2016]
  • "que utiliza conjunta y simultáneamente diversos medios, como imágenes, sonidos y texto, en la transmisión de una información". in www.dle.rae.es [19/04/2016]
  • "tecnologia informática de comunicação que combina som e imagem". in Dicionário da Língua Portuguesa, Porto Editora.

     Os principais componentes multimédia consistem no texto, imagem (estática e/ou em movimento) e som. Através destes componentes podemos, com base em diferentes aplicações/programas, tornar os meios mais interativos e mais atrativos, permitindo veicular, transmitir e partilhar informação. Com a aparição da Internet, o conceito de multimédia evoluiu e deixou de abranger apenas aquilo que inclui os meios informatizados e passou a referir-se, também, às experiências vividas pelos seus usuários, nomeadamente quando estas experiências fazem apelo aos vários sentidos. 


     Ao longo das últimas décadas, o uso das novas tecnologias tem vindo a ganhar terreno dentro das nossas salas de aula. O apetrechamento das escolas com material informático e a aparição e distribuição dos manuais escolares cada vez mais virados para o conceito multimédia, tem "obrigado" os professores e os alunos a usarem as novas tecnologias da informação e comunicação. Por um lado, a modernização do ensino e, sobretudo, a modernização da sala de aula tem despertado, tanto em professores como em alunos, interesse e motivação pelo facto da informação estar cada vez mais acessível e permitir uma maior interatividade em momentos exteriores à sala de aula. Por outro lado, reconhece-se também que existem inconvenientes associados ao uso destes meios. Se é verdade que a tecnologia trouxe avanços incomensuráveis, também é verdade que a mesma trouxe problemas a todos os níveis. Há cada vez mais indivíduos que fazem uso das novas tecnologias para praticar atos ilícitos, nomeadamente cyberbullying ou organizações terroristas que recrutam através das redes sociais. Torna-se, portanto, discutível a ideia de uma sociedade em rede. Poderá esta trazer apenas benefícios? Poder-se-á controlar? Estarão todos os utilizadores destas ferramentas multimédia informados sobre os benefícios e os malefícios das mesmas? Creio que com o aparecimento massivo das novas tecnologias e a sua rápida implementação, nomeadamente nas escolas, os profissionais da educação não tiveram formação adequada para poderem usar convenientemente os meios ao seu dispor. É comum, hoje em dia, ver muitos professores que não estão preparados para usar a maioria das ferramentas tecnológicas ao seu dispor. Uns porque não tiveram formação, outros porque se acham velhos e recusam-se a aprender. Por outro lado, os alunos são aqueles que, com maior frequência, devido à idade, usam diariamente ferramentas tecnológicas de forma intuitiva. Ora, para fazer face a esta demanda cada vez mais premente por parte dos jovens estudantes, os professores procuram formação adequada a fim de corresponder às necessidades dos alunos e do sistema, e poder assim incutir nos jovens uma utilização adequada das novas tecnologias. 

     É importante referir que não questiono a importância da sociedade em rede, mas sim os perigos que lhe são inerentes. É do conhecimento de todos que tudo o que a Humanidade conseguiu inventar e/ou descobrir trouxe e ainda traz benefícios e malefícios. Parece que há sempre o reverso da medalha. Na minha opinião, o que deve ser feito com mais frequência, e desde tenra idade, é preparar os nossos alunos para os perigos da utilização das novas tecnologias. Parece-me que se dá mais importância aos benefícios (é claro que são importantes) do que aos malefícios. Repare-se que só há cerca de meia dúzia de anos é que se começou a falar e alertar (com maior incidência) a população estudantil (e não só) sobre os malefícios das novas tecnologias. O aparecimento das redes sociais parece-me o fator que desencadeou toda esta preocupação devido a casos de cyberbullying, pedofilia, etc. Não são, de facto, problemas completamente modernos pois já existiam, mas acentuaram-se com o aparecimento da Internet e das redes sociais. Creio que uma maior informação e responsabilização da camada mais jovem por parte de professores, educadores, pais seria uma mais valia. 

Tema 1: Sociedade em Rede e os Processos de Comunicação Multimédia

Manuel Castells define a sociedade em rede como uma “sociabilidade assente numa dimensão virtual, possível e impulsionada pelas novas tecnologias, que transcende o tempo e o espaço” (Castells, 2002). Desta forma, uma sociedade aberta e em rede existe quando há troca de informação e conhecimento, sem que a distância e/ou o tempo seja um impedimento, tornando o mundo mais colaborativo e interconectado.


Desde que surgiu a Internet, na década de 80 do século passado, a evolução tecnológica permitiu que a sociedade estivesse cada vez mais ligada, ou seja, em rede. Esta possibilidade, como já atrás se referiu, proporcionou a queda de barreiras geográficas, temporais e até sociais. No que à educação diz respeito, esta sociedade em rede permite criar uma educação aberta onde os alunos têm um papel ativo na construção do seu conhecimento e na autorregulação do mesmo, definindo os conteúdos da sua aprendizagem sem que exista imposição por parte de quem ensina ou regulamenta a aprendizagem. Nesta perspetiva, a educação aberta caracteriza-se por ser flexível, acessível e inclusiva visto que o aluno é quem decido o que aprender e quando deve aprender. Esta noção de educação aberta diverge do atual modelo educativo, considerado como educação fechada, pois é regulado pelo estado através de um currículo próprio, programas e metas curriculares.

De entre as várias vantagens da sociedade em rede, destaca-se a aprendizagem flexível em termos de tempo e espaço; o processo de ensino-aprendizagem pode acontecer em simultâneo ou não; o trabalho pode ser individual ou colaborativo; a informação é veiculada instantaneamente; e o ensino pode ter custos menos avultados. Por outro lado, podemos referir como desvantagens o facto de a informação veiculada nem sempre ser fidedigna; a informação transmitida carece, frequentemente, de atualização; a perda de contacto pessoal/social entre os indivíduos que permanecem mais tempo em rede. 

  • Castells, M. (2002). A Sociedade em Rede. A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura - Volume I. Fundação Calouste Gulbenkian.

sábado, 9 de abril de 2016

Mensagem de boas-vindas

Atualmente, as novas tecnologias são uma presença cada vez mais evidente no nosso quotidiano, nomeadamente em ambientes educativos. Assim, surge este blogue que faz parte integrante da Ação de Formação “Tecnologias da Comunicação Multimédia”, promovida pela Universidade Aberta, e é também um primeiro desafio lançado pelo formador José António Moreira. Desta forma, pretendemos desenvolver os nossos conhecimentos e capacidades acerca das tecnologias multimédia através da reflexão e manipulação de recursos multimédia. 
Imagem retirada de: http://www.carrement-artisans.fr/incontournable-apport-des-nouvelles-technologies


Este portfólio digital, que consiste num espaço de reflexão e de trabalho acerca das diferentes temáticas abordadas ao longo da formação, pretende ser um espelho do trabalho desenvolvido ao longo da ação de formação que agora se inicia.